Clipagens

História de sucesso // Com a sensibilidade no olhar



O que significa 30 anos na sua vida? Um casamento? Um futuro? Para J.R Duran, 56 anos, 30 anos significam fotografias. Durante três décadas ele fotografou mulheres, campanhas, lugares, tudo o que rendesse uma história, uma boa imagem. Mas para chegar até aí ralou bastante. Saiu da Espanha, rumo ao Brasil, e se dedicou a aperfeiçoar sua arte. Foi aos 18 anos que J. R Duran (Duran não gosta de ver seu nome completo escrito. Acha que é complicado demais) aportou no Brasil. Vindo de Barcelona, cidade onde tirou suas primeiras fotos ainda por brincadeira, o jovem Duran desenvolveu aqui a sua paixão pela fotografia. "Uma prima minha casou-se com um grande fotógrafo na época e ele me despertou para a profissão. Para a figura do fotógrafo", conta. O primeiro emprego foi conseguido pelo pai. Era o "4º ou 5º" assistente de Marcelo Giro, em São Paulo. "Isso era em 1972, 73. Mas Giro só fotografava coisas, objetos e meu fascínio sempre foi fotografar pessoas", lembra. Esse interesse pelo que era humano não é à toa. Duransempre se considerou tímido e a foto era um meio de se aproximar das pessoas. Em 1980 veio seu próprio estúdio. "Meu objetivo era transformar o que eu fazia em algo particupar, por isso cada fotografia vejo de uma maneira diferente", afirma Duran, que já fotografou para quase todas as revistas de moda, entre elas Vogue, Elle e Trip. A graduação foi em comunicações pela Faculdade Anhembi, naquele tempo não tinha fotografia na lista. Mas J.R sempre foi um pouco autodidata. "Tenho obsessão pela perfeição. Mas a magia da foto não é a parte técnica, o importante é o que você vê. A câmara é apenas o instrumento", conta ele, que não se considera um ícone. "Faço o que me dá prazer". Além das fotos, Duran também se entende bem com as palavras. "Antes da câmara sonhava em atuar na literatura. Fora os cinco livros de fotos, tenho dois romances e já planejo o terceiro", confessa. Outra característica que poucos conhecem, é a fascinação do fotógrafo por lugares desconhecidos. Depois das musas da Playboy,J.R sempre estáà procura de viagens. A próxima é para a Eritréia, um lugarzinho entre do Sudão e a Somália. "É uma descoberta do lugar e de você mesmo", diz ele, que esteve na guerra da Angola. Para os que querem começar, um recado: fotografar sempre. "A faculdade é necessária para acelerar seu pensamento, desenvolver sua visão, mas foto é tentativas com acertos e erros. A prática é o que te faz errar menos", avisa. breveperfil A primeira exposição foi em 1984 na Galeria Paulo Figueiredo. Chamava Beijos roubados Fez cinco livros com seu acervo fotográfico e mais dois romances, Lisboa e Santos Fotografou para Playboy, Vogue, Elle, Trip, Marie Claire e quase todas as revistas importantes Conheceu lugares como Quênia, Tanzânia e Etiópia. Alguns para trabalhos, mas outros por vontade de desbravar o desconhecido

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