Programadores “brigam” em maratona
Em alguns casos, competir pode ser tão importante quanto ser o campeão. Garantir uma boa colocação já garante visibilidade a estudantes que se dispõem a participar de eventos como o International Collegiate Programming Contest (ICPC). Esse tipo de concurso tem recebido cada vez mais destaque e atenção por parte dos estudantes da área de Computação, que veem neles uma oportunidade para aprender mais e garantir uma melhor visibilidade entre os professores do curso e, mais tarde, no mercado de trabalho. No Recife, a etapa regional, a Maratona de Programação é organizada pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e acontece no dia 19 de setembro, na Aeso. Medalha de ouro na etapa nacional da edição do ano passado, Víctor Medeiros, de 20 anos, aluno do 6º período de Ciências da Computação da UFPE, acredita que a colocação foi importante profissionalmente. “Hoje, estou na empresa Júnior do Centro de Informática da UFPE e, por enquanto, não penso em outra ocupação. Um dos meus colegas do grupo também conseguiu um emprego”, afirmou. No dia do evento, os alunos deverão resolver o maior número possível de problemas em cinco horas. Os classificados irão para final nacional na cidade de Campinas, que será nos dias 23 e 24 de outubro. Para chegar lá, é preciso, antes de tudo, dedicação. Também aluno de Ciências da Computação, Lukas Alexandre, 21, vai participar da maratona pelo segundo ano. Para ele, a dedicação de pelo menos dez horas na semana, além de uma reunião aos sábados - tirando o que ele estuda para as disciplinas do curso, vale a pena. “Aquele que participa e se sai bem passa a ser muito mais bem visto, até porque as questões têm um nível de dificuldade que até graduados reclamam. No ano passado, mesmo sendo apenas primeiro período, resolvemos duas das oito questões”. Esse ano, com mais bagagem acadêmica, a esperança é que eles se saiam bem melhor. “Quem sabe a gente não consegue uma vaga para a etapa nacional?”. Para alcançar este objetivo, de um ano para outro, não só adquiriram mais conteúdo como também prepararam uma estratégia. “A gente montou uma divisão de tarefas. Um de nós fica responsável pelo raciocínio lógico, outro pela criação do ambiente e assim vai. Dessa forma, desenvolvemos mais rapidez na resolução dos problemas”. A coordenadora da Maratona na Aeso, Cristine Gusmão, afirmou que as competições são uma oportunidade de o estudante mostrar não só que sabe apontar a solução para determinadas situações com o melhor desempenho possível, como também que tem competência para trabalhar em grupo. “É a chance de o aluno ter experiências diferenciadas, além de ser visto por outras instituições”, colocou. A coordenadora externa da Maratona, Liliana Salgado, coach (treinadora) de cinco equipes, concorda. “No treinamento, eles podem de adquirir conhecimentos adicionais ao currículo acadêmico. Abordamos tópicos que em muitas universidades são vistos superficialmente ou que sequer são abordados”. A preparação do grupo, que é composto por três pessoas, depende de cada time e do respectivo treinador. “Geralmente, resolvem-se provas passadas, mas os métodos dependem de cada orientador. No entanto, uma coisa é certa: o treinamento tem que ser sistemático, contínuo e geralmente durante o ano todo”, disse Cristine. Outras informações pelo telefone 2128-9797.